Natal Diak [do they know it's christmas?]

It's christmastime there's no need to be afraid At christmastime we let in light and we banish shade And in our world of plenty we can spread a smile of joy Throw your arms around the world at christmastime But say a prayer, pray for the other ones At christmastime it's hard, but when you're having fun There's a world outside your window And it's a world of dread and fear Where the only water flowing Is the bitter sting of tears And the christmas bells that ring there are the clanging chimes of doom Well tonight thank god it's them instead of you And there won't be snow in africa this christmastime The greatest gift they'll get this year is life Where nothing ever grows No rain nor rivers flow Do they know it's christmastime at all? Here's to you Raise a glass for everyone Spare a thought this yuletide for the deprived If the table was turned would you survive Here's to them Underneath that burning sun You ain't gotta feel guilt just selfless Give a little help to the helpless Do they know it's christmastime at all? Feed the world Feed the world Feed the world Feed the world Feed the world Let them know it's christmastime again Feed the world Feed the world



Feliz Natal Merry Christmas Feliz Navidad Joyeux Noël Buon Natale Fröhliche Weinacht Häid Jõule Prettige Kerstagen Kellemes Karacsonyi Ünnepeket God Jul Srecan Bozic Cestit Bozic Glaedelig Jul Hyvaa Joulua WesoTych Swiat Bozego Narodzenia Veselé Vianoce

Arco-íris. [parabéns]

Dança a menina
Que conserva os sonhos
Bailam na alma
As alegrias incontidas
As tristezas escondidas
Refugiam-se os medos
Luta a coragem
Sorri! Chora! É!
Um mundo de sete cores
Que brilha todos os dias!
Malae

Parabéns, Dany Rainbow!


[I am still enchanted. By the light you brought to me. I listen through your ears. Through your eyes I can see.]

[strange day.]

(...)

And if you look, you look through me
And when you talk, you talk at me
And when I touch you, you don't feel a thing If I could stay...
Then the night would give you up
Stay...and the day would keep its trust
Stay...and the night would be enough
Faraway, so close
Up with the static and the radio
With satelite television
You can go anywhere
Miami, New Orleans
London, Belfast and Berlin And if you listen I can't call
And if you jump, you just might fall
And if you shout, I'll only hear you
If I could stay...
Then the night would give you up
Stay...then the day would keep its trust
Stay...with the demons you drowned
Stay...with the spirit I found
Stay...and the night would be enough
(...)

Stay (Faraway, So Close!), U2

Pablo Neruda. Salvador Allende. Chile.


[ Pablo Neruda. Salvador Allende. Agora poderão ajustar as contas que a Justiça não quis fazer. Com a certeza de quem vence, de quem quer e de quem é justo. A história essa não se irá discutir. As barbaridades não cabem na palavra Vitória. Siempre!]




LOS MUERTOS DE LA PLAZA
(28 de enero de 1948. Santiago de Chile)

YO no vengo a llorar aquí donde cayeron:
vengo a vosotros, acudo a los que viven.
Acudo a ti y a mí y en tu pecho golpeo.
Cayeron otros antes. Recuerdas? Sí,
recuerdas.
Otros que el mismo nombre y apellido
tuvieron.
En San Gregorio, en Lonquimay lluvioso,
en Ranquil, derramados por el viento,
en Iquique, enterrados en la arena,
a lo largo del mar y del desierto,
a lo largo del humo y de la lluvia,
desde las pampas a los archipiélagos
fueron asesinados otros hombres,
otros que como tú se llamaban Antonio
y que eran como tú pescadores o herreros:
carne de Chile, rostros
cicatrizados por el viento,
martirizados por la pampa,
firmados por el sufrimiento.

Yo encontré por los muros de la patria,
junto a la nieve y su cristalería,
detrás del río de ramaje verde,
debajo del nitrato y de la espiga,
una gota de sangre de mi pueblo
y cada gota, como el fuego, ardía.



Pablo Neruda (Canto General. V. La arena traicionada)

Oito anos depois.





























Um sorriso. A primeira vez de um sorriso. Aquele momento perene, que não se esquece, não se apaga. Aquele momento inesquecível, que a memória conserva. O doce singelo que marca a vida. O tempo voou. Mas o sorriso, esse continua cá. Malae




24 de Novembro.


Neva sobre a Marginal
só que a neve não espera
não se vai com a primavera
nem fica à espera no chão
Neva sobre a Marginal
quem me dera que mar fosse
o mar é muito mais doce
e não fere o coração
(Luís Represas, Neva sobre a Marginal)

Um beijo. Um beijo. Um beijo. Um beijo. Um beijo. Um beijo. Um beijo.

Um beijo. Um beijo. Um beijo. Um beijo. Um beijo. Um beijo. Um beijo.

Malae

Chave.

«Rodo a chave na mão. Sinto-a. Relembro o seu significado. A chave do caminho certo. A chave do que de bom podemos querer e do que realmente vem. A chave que fecha uma porta sem fechadura. E abre uma pequena porta cujo significado é sempre questionável. Um pequeno pedaço de metal, cujo frio traz de volta a realidade. Uma chave que devia estar escondida. Uma historia que se repete, num ciclo construído sem motivo sem noção. Um simples momento que se julga de batalha ganha, para depois se perceber que foi apenas uma trégua de uma “guerra” que não acaba. Uma chave sem sentido, apenas com um pequeno brilho que alegra. Uma pequena chave. Aquela que por vezes foge da gaveta e aprece do nada fazendo estragos. Porque irremediavelmente, volta a esconder-se e a deixar aberta a porta que não tem como se fechar. Aperto a chave na mão. Sinto-a. Relembro o seu significado. O melhor é voltar a guardar a chave.»
Malae






Regalo.

Um encontro do destino. Um segredo acolhido no fundo da alma. Um momento escrito a medo e loucura. Um saber incerto na certeza de viver.

Nos presentó tu amiga
la que dice que adivina futuros por venir
no sé que más decir
sentado del pasillo en una orilla
¿te acuerdas ya de mí?

Um sorriso perdido num recanto escondido. Um gesto simples de afecto e doçura. Um olhar que desbrava mil caminhos. Um sentido que ganha vida e cor.

Regálame la silla, cansada de la esquina
donde te esperé, donde siempre te esperaba, amor
yo puedo regalarte alguna risa
y hacer una canción
y un pañuelo de lunares
te regalo tiempo pa' que te lo pongas
y una promesa, niña
si te encuentro un día
te pienso dar de una
todos aquellos besos que te merecías


Uma historia que se constrói aos poucos. Uma espera quente e compensadora. Uma alegria inolvidável e acolhedora. Uma gargalhada perfeita e conquistadora.


Por el puente de la esperanza
buscaba un rinconcito para la risa
pensando que ha valido la pena amarte
pasamos momentitos tan flamenquitos
y vimos rinconcitos pa' enamorarse
la calle del pensamiento
me lleva a aquella orilla, no sé si te acuerdas
regálame la silla que tiene arte
yo paso por tu puerta casi to' os días
yo paso y tú decides cuándo asomarte
cuando asomarte

Um doce momento que espreita e fica. Um banco testemunha cega e perdida. Um querer mais do que se pode. Um amar mais do que se quer e se consegue.

Y hasta volvieron de las rimas
imágenes jugando, colgás de no sé qué
seguro que era abril
volvieron todas, todas menos una
que se olvidó de mí

Uma criança que renasce todos os segundos. Uma fria ribeira que não se perde e se encontra. Uma simples manha envolvida em sorrisos. Uma memória perfeita e desenhada a paixão.


Que el pañuelo es pa' llorarte
y no tiene remedio para el que componga
si alguna vez te encuentro por mi cobardía
te pienso dar de una
todos aquellos besos que te merecías


Um suspiro envolto na esperança. Um voltar todos os momentos. Um acreditar sem limite. Um viver em ti até ao fim.

Por el puente de la esperanza
buscaba un rinconcito para la risa
pensando que ha valido la pena amarte
pasamos momentitos tan flamenquitos
y vimos rinconcitos pa' enamorarse
la calle del pensamiento
me lleva a aquella orilla, no sé si te acuerdas
regálame la silla que tiene arte
yo paso por tu puerta casi to' os días
yo paso y tú decides cuándo asomarte
cuando asomarte.
Regalame la silla donde te esperé * Alejandro Sanz
Malae


Palma da mão.

Carta perdida no tempo, no espaço e no sabor do vento.
Malae


«Sei-te triste, desanimado, irritado. Não preciso que o digas, que não preciso que o contes. Conheço-te. Conheço-te como a palma da minha mão. E sei o quer dizer aquele olhar perdido no horizonte, aquela cabeça baixa, aquele mexer de ombros desanimado. O mundo naquele momento fugia-te debaixo dos pés, preso em simples linhas que não conseguias dominar. Darias tudo para voltar fracções de segundos atrás e mudares aquela situação. A raiva consumia-te por dentro! A raiva contigo próprio. Trazias o peso do teu perfeccionismo nas tuas asas e sentias-te vergado aos instantes que não controlaste. E a tua luta, a tua incessante luta, não te permitia remediar nada. Conheço-te. Conheço-te como a palma da minha mão. Sei que detrás desse lado forte, o que se passa te afecta. Sei que no teu íntimo, as coisas são colocadas em causa. Sei que naqueles momentos de silêncio que não gostas, as dúvidas te assolam. Sei que no intervalo de duas gargalhadas, os fantasmas te perseguem. Mas sei muito mais. Sei que nada nem ninguém te poderão pôr em causa. Sei que nada é mais forte que esse tua irascibilidade perfeccionista. Que pode haver quem lute como tu, mas nunca mais do que tu. Pode haver quem torça, mas tu és dos que prefere quebrar. Pode o mundo ir desabar mas o teu altruísmo leva-te sempre um passo mais à frente. E sei tudo isto porque te conheço. Conheço-te como a palma da minha mão. E nunca, por nunca, duvidei que vales a pena. Que independentemente do minuto seguinte, os 60 segundos anteriores já nada roubaria. Sei o quanto vale a tua palavra, o teu sorriso, a tua força. Sei o quanto te dás, o quanto te entregas, o quanto te esgotas. A pessoa que és, que fazes os outros serem, que deixas os outros serem. O exemplo de quem te quer bem. São muitos os que se orgulham de ti. São muitos os que te prezam. São muitos os que sabem que amanha será sempre melhor. E tu, vais ser tu, que o vais novamente provar. Porque foste tu que acreditaste que era possível. Foste tu que sonhaste. Foste tu que conquistaste.
Eu... eu gosto de ti! Muito!

Andrea!»





[“Aunque lo diga la gente, yo no lo quiero escuchar. No hay más miedo que el que se siente cuando ya no sientes na'. Niña tú lo ves tan fácil, ay amor, pero es que cuanto más sencillo tú lo ves más difícil se te hace”*]

Pequeno Grande Génio.


Um post diferente. Dia de clássico. Um daqueles jogos que nos deixa o coração a palpitar do primeiro ao último momento. Um jogo visto à moda antiga, no meio da claque. Vicissitudes de quem chega com o jogo a meio. A chuva que irritante não pára de cair. Os cânticos loucos que saiem das gargantas sedentas de golos. E ele, pequenino, franzino e de pés de lã, no meio de colegas e adversários. E sem querer, os olhos fixam-se naquele pequeno grande génio. Um jogador tão jovem e tão adulto. Um jogador completo. Um jogador perfeito. Um jogador que faz valer todos os cêntimos que custa um bilhete. Confesso a minha admiração. Confesso o meu orgulho. Passaram pelas camisolas do meu clubes grandes jogadores. Craques que ganharam títulos pelo mundo, que se tornaram os melhores entre os melhores. Passou pelo meu clube o jogador que mais admirei até hoje: Paulo Sousa. Mas nunca nenhum me cativou desta maneira. O jogo contra a Rússia em sub-21, em Gaia, tinha sido já extraordinário. Mas ontem tudo voltou a ser Moutinho. Tudo passou por aqueles pés cheios de talento, por aquela cabeça que pensa o futebol como ninguém. Simplesmente fantástico. Talvez para o ano, talvez não, de certeza, para o ano não estará cá. Encantará outra plateia. Apaixonará outros que se renderão aquele pequenino que corre como uma formiguinha. O Sporting perderá muito. Acho que será a saída mais difícil de colmatar. Levem antes o Nani, é a minha opinião. Deixem-no cá, que ele é a alma daquela equipa. Deixem-no cá, que ele é quem faz sonhar os sportinguistas. Deixem-no cá, porque ele é simplesmente um grande orgulho. Um pequeno “clone” daquele que considero o melhor jogador do mundo. Um pequeno João, que em breve será tão grande como Frank Lampard. Tivesse o potente remate do inglês e onde acabaria este menino. Um dia será grande. Ainda maior. Sem os virtuosismos técnicos daqueles que preferem jogar para si, vai impor-se em qualquer equipa. Porque com ele ganha o colectivo. Porque ele é a expressão máxima do futebol. E porque qualquer que seja o futuro, foi um prazer ver-te crescer. Obrigada, Moutinho!

Malae

João Moutinho

Primeiro dia.


O que se faz quando se está a um passo de realizar um sonho e se tem um medo enorme de falhar?!
Malae

Expectativa. Ansiedade. Esperança.

[A insustentável leveza das palavras... de Lisboa a Timor. Fazes-me falta.*]

Recuerdo.*

Um cd escondido, guardado. Uma música riscada, perdida, sentida. Uma melodia que voa nos céus da saudade cravejada de memórias e pensamentos. Um sentir que volta a ganhar forma naquelas notas quentes das noites de despedida. Repetições, repetições, repetições. Uma música tocada sem soar já. Vivida como uma banda sonora presente, omnipresente e poderosa. As notas da hora do adeus. As notas de uma história de cor. Uma música apenas.

Ouvi-te e recordei-te. Malae


Un adiós se llevó
los años más felices de mi vida
dejándome el alma triste y fría
volviendo a la soledad
y a pensar como estarás.
No te puedo olvidar
tu ausencia es algo que me tiene herida
la noche es larga y mi cuerpo extraña
el amarte otra vez
como ya lo hice ayer.
Hoy sin tí
empiezo a recordarte
empiezo a lamentarme
como ya lo hice ayer
como ya lo hice ayer.
Ya no puedo reir
no sabes cuantos días te he llorado
al no tenerte más entre mis brazos
ni besar tu boca más
y ni sentir tu fuego ya.
Y es que no se vivir así
tú lo eras todo para mí
anhelo verte
para hablarte de todo
quiero llamarte y susurrar
te quiero!
como yo te quise ayer
como ya lo hice ayer.
Hoy sin tí
empiezo a recordarte
empiezo a lamentarme
como ya lo hice ayer
como ya lo hice ayer
......volveré....


Empiezo a recordarte. Mónica Naranjo.


Volveré.

Nota musical.

Solta-se a nota musical
Na voz límpida e segura
Voando nas asas do amor
No caminho de pedras de sonho
Perde-se a melodia nos ouvidos da ternura
No doce encanto de um tesouro.
Sente-se a vontade, o querer, o vencer
Vive-se a alegria única e constante
Conquista-se o mundo num sorriso
Escreve-se sem medo na pauta da vida
Guarda-se o mundo na canção perfeita
Partilhada num momento de amigos.


Malae

Parabéns, Nipinha!

Rastilho.



[um dia. sempre um dia a mais. sempre um dia a menos. sempre um dia que ainda está para vir. mais uma página que se escreve. mais se uma pagina que se acrescenta. mais uma página que se guarda. mais uma página que se rasga. um caminho a seguir. um tempo a consumir. um amor a prevalecer. um amanha para enfrentar. uma vida a renascer. a luta de todos os dias.]


Voam no silêncio
As palavras doces
Guardadas para ti
Navegam no céu estrelado
Os sonhos crentes
Perdidos nos teus braços
Dançam nas águas quentes
Os pensamentos apaixonados
Escritos nas linhas do teu corpo
Riem como crianças
As lembranças sempre presentes
Construídas nas margens das tuas páginas
Suspiram entre melodias de embalar
As saudades embrenhadas na pele
Como o doce cheiro do teu perfume
Dormem fechadas como conchas
As esperanças entrelaçadas no teu sorriso
E presas no poder de um momento
Renasce o amor escondido e desejado
Guardado no cofre da memória
Perdido nas chaves da vida
Vivem no corpo os sentidos
Esperando de novo a força do querer
Nesse rastilho que há em ti.

Malae


Luz e rastilho

Sem parar.

Gargalhas que ressoam
No doce mundo das lembranças
Sentidos postos em sentido
Na saudade da presença assídua
Traços de alegrias e tristezas
De partilhas e arrufos
Pedaços de vidas enroscadas
Em paredes brancas pintadas de vida
Mundos cá fora dispersos
Caminhos distantes e carentes
Lembranças carinhosas e constantes
Saudades primeiras e vividas
Minutos, dias, anos
De construção, de devoção, de entrega
Relações perfeitas na imperfeição
Notas que juntas dão a pauta certa
Seres que unidos atingem a suave doçura do certo
Trechos de um filme sem fim
Frames inesquecíveis e brilhantes
Rocha firme e sólida
De uma amizade feitas de momentos
Sem parar!


Ao que de melhor me trouxe a ESCS. Non Stop. Sempre.

Malae



(Apesar de todos os ses. Apesar de todos os porquês. Apesar de tudo o que nos espera. Apesar dos dias longe. Apesar dos esquecimentos. Apesar do que poderá ser um dia… Estão sempre lá aqueles sorrisos, os abraços, as loucuras, as saudades, os reencontros. Que seja assim pela vida fora! Obrigada às quatro! ****)

Longe.

Sinto-te longe.
Naquela distância de apenas poucos metros
Naquele espaço tão pouco e tão vazio
Sinto saudades do teu sorriso
Aquele que socorre as horas más
Aquele que acolhe e protege
Sinto-te longe.
Apenas a uns passos do caminho comum
Tão perto de um estender de mão
Sinto saudades das tuas palavras sábias
As que acertam sempre na sua razão
As que sabe sempre a carinho e amizade
Sinto-te longe.
Como se aí fosse do outro lado do mundo
Um sol que nos separa ou nos une.
Sinto saudades do teu abraço
O remédio santo de uma alma por vezes perdida
Entre a euforia e a lágrima compreendida
Sinto-te longe.
Como se a Terra não fosse a casa de ambos
Como se nos cruzássemos em pistas diferentes
Sinto saudades de ti.
Aquele que tem palavras doces e simples
Perdidas quando os olhos encontram os meus.
Sinto-te longe.
Mesmo que por vezes andes por aqui.


Malae
[Domingo.*]

Ilha.


Os acordes perfeitos. Uma voz que ressoa nas estrelas da noite. Um mundo que pára num silêncio respeitador. As lágrimas que teimosas não se escondem. O navio que parte. O navio que volta. O navio que nunca abandona. O amor dorido mas sempre presente. As historias de uma vida escritas nas cores do mundo. Um balanço que nos arrasta numa viagem pelo sentir. A terra longe cheia de sonhos. A esperança. A conquista. A ilusão da glória. As palavras que juntas fazem sentido. O rumo da vida. A pequena partitura, tão grande em beleza, que cada dia desenha melhor o caminho e se torna mais certa. O pequeno lugar seguro num mundo rodeado pelas águas do destino.

Se vai ao mar

Navio da boa hora

Pode encalhar

Na ilusão da glória

Em prata e oiro

Direi então a história

De um marinheiro

Que à Pátria não voltou

De amores primeiros

Se abandonou ao vento

Nos mares do Sul

Seu coração ficou

Ilha gentia

Viva no pensamento

Da aventura

À voz de uma monção

Que assoprou leve

O caminho a Oriente

À nau feliz

Por nunca mais voltar

Ilha, Escstunis


ESCS

[A todos aqueles que se deixam tocar pela simplicidade perfeita desta música. A todos aqueles que partilharam um momento brilhante. A todos aqueles que de mais próximo estiveram na noite de ontem. A todos aqueles que pintaram de prata e oiro uma noite brilhante. Obrigada* Malae]

Corpo.

Corpo dorido e perdido. Corpo vivido e sentido. Corpo que quer esquecer. Corpo que precisa de reagir. Corpo que se perde. Corpo que se em momentos. Corpo que não aguenta mais. Corpo que chora. Corpo que ri. Corpo que acredita. Corpo que desespera. Corpo que não sabe. Corpo que não quer. Corpo que anseia. Corpo que vive. Corpo que te ama.




Sinto-te passear no meu corpo
Corres-me nas veias
Penetras-me na pele
Controlas a respiração ofegante
Dás vida aos lábios secos
Comandas o corpo que ganha vida
Paras o mundo como só tu o sabes fazer
Trazes o desejo e a paixão
És perfeição perdida e consentida
És domínio e querer sem pensar
És destino e desencontro
És procura e conquista
Requintes de doçura
Espalhados em lençóis quentes
Abrigo das noites desertas
Controlo desenfreado preso
Num sentir sufocante
Que te torna real e presente
Reacção perfeita de um corpo
Sem força para te combater
De uma alma presa ao teu destino
De uma vida sentida em ti.

Malae
[Poema sem destino. Poema sem dono. Poema sem nexo. Costuma-se dizer que escrever vem da alma, que escrever por vezes dói. Linhas de sentir perdidas na força. Palavras arrancadas do intimo. Sentimentos que precisam de sair. Um esforço em vão. Uma tentativa de encontrar o caminho. Confidências arrancadas a fogo no meio de uma pausa na luta diária. Na tentativa vã do esquecimento. Na busca louca de seguir em frente. De domar a saudade. Essa saudade por vezes boa por vezes má. Essa saudade que traz um sorriso e uma lágrima. Essa saudade que nenhuma linha apaga, por muito que se tente. Porque o corpo que a transporta precisa de paz. Porque o corpo que a transporta se sente vencido. Porque o corpo que a transporta não sabe o que fazer com o que sente. Porque o corpo que a transporta não sabe lidar com esse amor. porque esse corpo não sabe o que fazer contigo.]


*Raras são as vezes que leio o que escrevo e eu própria me perco. Raras são as vezes que busco um sentido nos rabiscos que deito nas folhas. Raras são as vezes que questiono as palavras debitadas à velocidade do pensamento. Mas hoje perdi-me. Porque luto contra ti e contra o que sinto. Porque continuo a procurar respostas e força. E porque continuas a ser caminho.

Contradições.[e delírios*]

Uma cabeça que lateja. Tudo dentro dela parece em guerra e mutação. São as ideias claras que se digladiam com os sentimentos, procurando fazer prevalecer o razão cada vez mais necessária. Um corpo que não consegue reagir. Tenta, tenta, tenta. Por todos os meios, quer ser insensível, não deixar transparecer o efeito que aquele olhar lhe provoca. A alma, a alma extenuada, nada consegue fazer. Sente saudades, sente um vazio, sente, sente sempre. Não sabe mais que fazer. Quer esquecer, fingir que não aconteceu, demonstrar que já não é, gritar ao mundo que conseguiu. Mas a porta não se fecha, a janela não desce, as forças escasseiam. O som doce de um nome simples, a pele que se arrepia quando sente passar, o toque no cabelo, o sorriso maroto, o canto de quem fala, a beleza escondida, a simplicidade, a força de vontade, o sorriso, o abrigo, a vida. Nada se esconde na gaveta fechada, nada se apaga na página rasgada. Tudo é. E a alma, vagueando no meio do seu sentir, continua a querer destruir o tudo. Antes que o tudo a destrua a si. E ela se esgote cansada de gritar...

Contradições da Natureza

... Odeio-te porque te foste embora. Odeio-te porque ainda sinto a tua falta. Odeio-te porque todos os dias tenho saudades tuas. Odeio pela pessoa que és. Odeio-te pela pessoa que era quando estava contigo. Odeio-te por me teres tornado uma pessoa diferente. Odeio-te por teres quebrado as minhas forças. Odeio-te por me teres mostrado as minhas fraquezas. Odeio-te por te ter que agradecer por isso. Odeio-te por me fazeres sorrir com vontade. Odeio-te por me teres feito ver que chorar não é uma vergonha. Odeio-te por teres um sorriso que ilumina o mundo que te rodeia. Odeio-te porque esse sorriso me enchia de alegria. Odeio-te porque fazias questão de te rires mesmo nas conversas sérias. Odeio-te pela tua alegria de viver. Odeio-te pela tua força. Odeio-te porque sabias sempre o que dizer. Odeio-te porque quase sempre tinhas razão. Odeio-te por me fazeres dar o braço a torcer. Odeio-te porque acordavas sempre bem disposto. Odeio-te porque nunca desistias. Odeio-te porque o teu abraço era um mundo que não queria abandonar. Odeio-te porque me fazias feliz. Odeio-te porque a tua ausência é tão forte como a tua presença. Mas que raio?!... Não era mais simples não te amar?!...

Malae

* delírios reeditados.

[um] jogo.

És um jogador! Jogas em todas as áreas da tua vida! Mas o problema maior talvez não seja esse… afinal a Vida é um jogo! O pior é a maneira como jogas! És um competidor nato, mas não ganhas a qualquer custo! Não… o teu jogo seduz, cativa quem o vê, prende a atenção, leva-nos a entrar nele! E depois começas a dispor dos jogadores (sim, tu não recusas nenhum jogador) tendo em conta as tuas preferências e não as deles! És o treinador que tudo controla, como nos jogos de futebol que tanto gostas! Mas o plantel é excessivo… e tens que rodar as pessoas! Algumas mudam de posição no teu campo, mas outras vão para o banco! E aí fazes aquilo que mais detestas que te façam – nem uma explicação! Continuas o teu jogo e olhas para as pessoas a sorrir, como se isso fosse motivo para te desculparem! Mas ninguém sai do teu jogo… continua-se lá preso, à espera que voltes a mudar a equipa e pegues de novo no jogador que ficou esquecido no banco, a olhar em volta, muitas vezes sem perceber o que aconteceu! O teu jogo continua sedutor, cativante! A Vida é um jogo! Mas sabes que podias fazer?! Ao menos perguntar-nos se queremos fazer parte dele!!!! *
Malae


Is it getting better

Or do you feel the same?

Will it make it easier on you now

You got someone to blame?

You say

One love, one life

When it's one need

In the night

One love

We get to share it

It leaves you, baby

If you don't care for it

Did I disappoint you

Or leave a bad taste in your mouth?

You act like you never had love

And you want me to go without

Well, it's too late

Tonight

To drag your past out

Into the light

We're one

But we're not the same

We get to carry each other

Carry each other

One (...)

U2


* reeditado. quando o tempo passa e tudo continua a fazer sentido. o jogo da nossa vida deve ser preparado com cuidado.

Aos noivos.


Um olhar doce e terno
Que finta o tempo que foge
O sorriso perfeito
De quem acredita no amor
Uma dança singela
Nos passos de um violino
Um branco transparente
De um sentir em sintonia
Dois corações rendidos
Na esperança do amanha
Voando nas asas de um sonho
Desejando a felicidade eterna
De uma vida que não se esgota
Mas revive num suspiro!
Malae

O amor nem sempre é um lugar estranho.

Porta.

[A vida são pequenas páginas que preenchemos todos os dias. Momentos que espalhamos com manchas que impregnam o nosso ser. Estórias doces e amargas que nos fazem crescer, querer, viver. Pequenos nadas com a força do mundo que nos moldam e nos criam. A essência do nosso ser. Mas o tempo passa e desgasta as folhas que com carinho guardamos. Algumas perdem-se. Outras permanecem fortes. Outras ainda são diferentes. Precisam do recanto do silêncio pedido. O silêncio obrigado de quem mais não pode fazer do que as partilhar em lembranças. As páginas que se fecham a sete chaves nunca se podem perder… mesmo que um dia a porta se feche!]



Fecho a porta não porque quero
Mas porque a tua voz doce o pede
Guardo num canto sagrado
O que aqui vai, a saudade, o sentir
Faço deles trapos velhos
Sem sentido e amachucados
Para não ter que lhes pegar mais
Para deles não me servir
Quando mascaro o dia a dia de sorrisos
Que escondem o desejo de um abraço teu
Prendo o céu azul dos teus olhos
A um mundo de nuvens
Para não me perder no caminho dos teus sonhos
Colho a seara do teu cabelo
Para que possa percorrer os campos
Sem sentir o doce toque do teu ser
Peço aos pássaros que sussurrem
Para não me deixar voar na música do teu embalo
Finjo que o passado é uma página rasgada
De um livro que por perdido não existe
Estrangulo as palavras para que a voz
Embargada não me traia ao som do teu nome
Deixo que as palavras não escrevam
O que coração tolo quer dizer
Peço ao mundo que não me oiça
Não vá eu não me conter


Malae

25 segundos.

Aqueles que o tic-tac marca impaciente
O som melódico de uma vida que segue
Um coração que pulsa
Num suspiro de crença
Um andar extenso que não acaba
Feito de pedras e flores sem destino
O céu azul um porto no horizonte
O sol quente o regaço escolhido
Uma tela que se pinta
Roubando as cores do mundo
As lágrimas que se gritam
Os sorrisos que se desenham
As palavras que se procuram e não se encontram
A esperança na palma da mão
E a utopia na mochila que pequenos
Carregam os desejos nas costas
Pelas montanhas do tempo
A bola que gira levando-nos com ela
Na viagem que começa num grito
E termina como num sonho
Alma extenuada e tranquila
Embalada no longo caminho para a felicidade!

Malae

Vida

[A todos os que completaram estes 25 segundos!]

Una noche más.

Te anseio. Me desespero. Te siento.
Me devoran las horas de soledad
Me castiga la distância lastimada
Se esconde la alegria infinita
Brilla en las estrellas la sonrisa del mundo
Danza el reloj maldito
El tema del amor
Sediento de tus carícias de miel
De tus besos dulces e de tus cariños de seda
Se conoce la impaciencia
Devora el miedo la esperanza ardiente.
Tanto y tanto tiempo.
Noches de lucha.
Noches de creer.
Noches de querer.
La luna el testigo
La sola presencia mientras no llegas
El cuco estridente gritando
Vuelve!
Falta un minuto de ti!

Malae

[I look at you, looking at me. Now I know why they say the best things are free (...) Angel of Mine.*]

Sal.

Rebolam nas ondas quentes
As carícias que te dou
Enrolam-se na areia fina
Os beijos que se partilham
Sentem-se os salpicos frios
No arrepio das peles que se tocam
Transbordam os corpos
Os raios quentes do sol testemunha
Foge o tempo num sentido irrequieto
Traquinas e sorridente
As águas vão e voltam
Na sua sorte certa
Na sua sétima ronda que desenha o destino
As rochas barreiras do caminho
Trazem a força que o mundo guia
Os pensamentos são castelos na areia
Sonhos frágeis que se constroem
Espera-se a próxima onda
A próxima torrente libertadora
O sal que apaga e cura a tua saudade.

Malae

[Un beso, dos caricias te daria, tres abrazos que demuesten cuatro veces mi alegria y en la quinta sinfonia de mi sexto pensamiento, siete veces te diria las ocho letras de um te quiero. Te extraño!*]

E o mundo fecha os olhos...

No som seco das bombas
Entre os prédios em ruínas
Escondes as tuas mãos cheias de sangue
No desprezo pela existência humana
Explanas tu o teu caminho
Segues o livro que te interessa
Roubas a terra que dizes sagrada
Esmagas quem te faz frente
Desenhas a fronteira enganada
Fazes das linhas muros de betão
Respondes à dignidade com autoritarismo
Às pedras com o dinheiro que manda no mundo
Levas lições de quem não desiste
Mostra-te o que é sobreviver quem tu oprimes
Dominas, controlas, destróis
És tanque enfurecido, compressor do mundo
Ah, triste de quem te segue
Nessa doença incontida
Cobres o mundo de vergonha
Desesperas quem acredita
A luta continua
E um dia será vencida!

Até quando, Israel?!

Malae

[“La estatua de Lumumba nos recuerda que no se debe confiar en el imperialismo, ni un poco, ni nada, (...) Fue bajo la bandera de las Naciones Unidas que Lumumba fue asesinado en Congo. Y son estas las mismas Naciones Unidad que análogo con los Estados Unidos deben inspeccionar nuestros territorios. Las mismas Naciones Unidas!!.

" No podemos y no debemos cuidar la ilusión de que podemos obtener la libertad sin luchar. Estas batallas no estarán restringidas a las peleas callejeras con rocas y gases lacrimógenos, ni serán huelgas generales pacificas, ni será la batalla de una nación furiosa que en dos o tres días pueda destruir el aparato represivo de la oligarquía financiera que gobierna. Esta batalla significa una larga guerra, repito una vez mas, una guerra cruel..."

El Comandante Che Guevara]

Te recuerdo como eras. [Shiuuu!]

Te recuerdo como eras en el último otoño.
Eras la boina gris y el corazón en calma.
En tus ojos peleaban las llamas del crepúsculo.
Y las hojas caían en el agua de tu alma.

Apegada a mis brazos como una enredadera,
las hojas recogían tu voz lenta y en calma.
Hoguera de estupor en que mi sed ardía.
Dulce jacinto azul torcido sobre mi alma.

Siento viajar tus ojos y es distante el otoño:
boina gris, voz de pájaro y corazón de casa
hacia donde emigraban mis profundos anhelos
y caían mis besos alegres como brasas.

Cielo desde un navío. Campo desde los cerros.
Tu recuerdo es de luz, de humo, de estanque en calma!
Más allá de tus ojos ardían los crepúsculos.
Hojas secas de otoño giraban en tu alma.

Pablo Neruda





Shiuuu! No digas nada! Ya te he dicho que te echo de menos?! Malae


Lua.

Conto à lua os sonhos
Passados e esquecidos
Conto à lua as loucuras
Cantadas e sentidas
Conto à lua a vontade
De partir e ficar
Conto à lua
A saudade que moí
Conto à lua
A vida que segue o seu rumo
Mesmo sem a agarrar
Conto à lua
Porque quieta
Ouve e sente
E no brilha de uma estrela
Manda o silêncio consentido
A força que se procura
O sorriso que se reinventa.


Ficam contigo, Lua,
Os suspiros das noites longas
Os dias que correm
Perdidos nas noites que os findam
Os sonhos escondidos
Guarda-os…
Um dia virei buscá-los!

Malae

Ficam contigo, Lua.

[“It's a private emotion that fills you tonight and the silence falls between us as the shadows steal the light. And wherever you may find it wherever it may lead, let your private emotion come to me.” Bienvenido, amigo!]

Dia Mundial da Amizade.

[Além das barreiras, além das distâncias. Além dos esquecimentos, além das ausências. Além da proximidade, além da presença. Além do sentido, além do esperado. Os risos, as lágrimas, os abraços, os beijos, as festas, as partidas, as partilhas, as emoções. O mundo! O mundo dos amigos. Dos que se cruzaram connosco no momento certo. Nos ensinaram. Nos apoiaram. Nos repreenderam. Nos puxaram. Nos agarraram. Aqueles que, mesmo por alguns instantes, deixaram a marca no coração que os encontrou, que com eles se cruzou sendo arrebatado. Aqueles que passaram Verões e Invernos, intempéries e dias de sol. Foram a luz do dia, o guia da noite, o sol que brilhava e as estrelas confidentes. Foram imprescindíveis por um segundo, um minuto, um dia, um mê, um ano, uma Vida… um momento! Foram o que demais importante existe! Sem ordens de preferência, sem escolhas, sem pensamentos! Os amigos cabem todos no mesmo sítio!]
Dá-me a mão! Vem até mim
Deixa-me contar-te a vida que corre
Os sonhos que voam
As lágrimas que nascem
Os sorrisos que vivem
Ouve-me com atenção
Não deixes escapar nada
O dia foge, a noite volta
O tempo passa
Amanha é outro dia
E o amanha é sempre longe
Deixa o teu abraço
A tua palavra certa
O teu momento especial
Vinca a tua marca
Aquela que deixaste no meu coração
Para não esquecer
Os caminhos que se cruzaram
Dá-me a tua mão! Vem até mim
Sê meu amigo.
Eu estou sempre aqui.

Malae

[Ao Beto. Ao Nuno. Ao Luís. À Daniela. Ao Miguel. À Patrícia. Ao Gabriel. Ao Rui. Ao Mário. À Sandra. Ao Carlitos. À Carla. Á Tânia. À Sónia. Ao Daniel. À Lena. À Filipa. À Joana. Ao Ricardo. À Carla. Ao Zé Carlos. À Ana. À Célia. Ao Humberto. Ao João. Ao Marco. À Inês. À Cátia. À Vera. Ao Ricardo. Ao Kamene. Ao Rui. Ao Beto. À Rosana. Ao Michael. À Sol. Ao Pedro. Ao Faco. Ao Carlos. Ao Gabriel. Ao Diego. Ao Nuno. Ao Júlio. À Sara. Ao Nuno. Ao Diogo. À Diana. Ao Jorge. Ao Filipe. Ao Jorge. Ao António. À Mónia. Ao Rui. Ao Ricardo. À Paula. Ao Nuno. À Fátima. Ao Jorge. À Marta. À Ana. Ao Sandro. Ao Henrique. À Andreia. Ao Hugo. Ao Eduardo. Ao Luís Miguel.]

Restolho.

Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário
Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
(Mafalda Veiga)






[Talvez um dia tudo faça sentido. Talvez um dia o destino encontre o caminho que o coração sonha. Talvez um dia o céu seja tão azul que se funda com o mar e nada pareça impossível. Talvez um dia… que as forças nunca faltem até esse dia chegar! Malae]

Brilla.

Eres tu la voz caliente
Que encanta todo mi cuerpo
Eres tu la ternura que desliza
En las puntas de tus dedos en mi ser
Eres tu la sonrisa perfecta
Que acaricia todos mis dias
Eres tu el latir mudo de mi corazon
Que engaña el llanto de mi soledad
Eres tu... eres tu!
Y corre el tiempo por vos!
Viene! Llename de ti!
Brilla! Brilla! Brilla!
Que tu luz quema dulcemente mi vida!

Malae

Brilla

[ "Yo quiero el aire que tiene tu alma, Yo quiero el aire que, que vive en ti, Yo quiero el aire, aire que derramas, Aire pa' quererte, aire pa' vivir" * ]

Sin miedo a nada.


Saudade. A música toca. O coração bate descompassado. As memórias dançam, mergulham, riem, choram. Imagens que aparecem vindas do nada e se instalam, caprichosas e irredutíveis. O tempo não anda. Parece parado, unindo-se num plano malicioso que comandas mesmo à distância. Surge o medo. A alma que perdida por vezes não sabe fazer com o que sente. O receio de sucumbir extenuada da luta que consigo trava todos os dias. O sol que brilha lá em cima no céu que azul te recorda sorri. Sabe que tudo é irresistível. Que o relógio vai voltar a andar e o mundo seguirá o seu rumo. E a alma, sempre em luta, buscará os sentimentos que a fazem sentir viva. Sem medo de nada!

Malae

ocaso

Sin miedo a nada

Me muero por suplicarte que no te vayas, mi vida,

me muero por escucharte decir las cosas que nunca digas,

más me callo y te marchas,

mantengo la esperanza

de ser capaz algún día

de no esconder las heridas

que me duelen al pensar que te voy queriendo cada día un poco más

¿Cuanto tiempo vamos a esperar?

Me muero por abrazarte y que me abraces tan fuerte,

me muero por divertirte y que me beses cuando despierte

acomodado en tu pecho, hasta que el sol aparezca.

Me voy perdiendo en tu aroma,

me voy perdiendo en tus labios que se acercan

susurrando palabras que llegan a este pobre corazón,

voy sintiendo el fuego en mi interior.

Me muero por conocerte,

saber qué es lo que piensas,

abrir todas tus puertas

y vencer esas tormentas que nos quieran abatir,

centrar en tus ojos mi mirada,

cantar contigo al alba

besarnos hasta desgastarnos nuestros labios

y ver en tu rostro cada día

crecer esa semilla

crear, soñar, dejar todo surgir,

aparcando el miedo a sufrir.

Me muero por explicarte lo que pasa por mi mente,

me muero por intrigarte y seguir siendo capaz de sorprenderte,

sentir cada día ese flechazo al verte,

¿Qué más dará lo que digan?¿Qué más dará lo que piensen?

Si estoy loco es cosa mía

y ahora vuelvo a mirar el mundo a mi favor,

vuelvo a ver brillar la luz del sol.

Me muero por conocerte,

saber qué es lo que piensas,

abrir todas tus puertas

vencer esas tormentas que nos quieran abatir,

centrar en tus ojos mi mirada,

cantar contigo al alba

besarnos hasta desgastarnos nuestros labios

y ver en tu rostro cada día

crecer esa semilla

crear, soñar, dejar todo surgir,

aparcando el miedo a sufrir.

(Alex Ubago)



A força da tua alma.

Lembrei-me de ti.

Vi jogar o clube onde deste os primeiros pontapés na bola. Onde começaste a sentir que aquele era o caminho que querias seguir. Que aquele era o teu futuro. A primeira vez que te vi eras um menino ainda, com um sorriso do tamanho do mundo. A tua melhor arma para comunicares com um mundo cuja língua ainda te era tão estranha. O tempo foi passando, passando, e tu a todos cativaste. Eras um menino fantástico com a bola nos pés, um verdadeiro talento! Serias grande, enorme, nunca ninguém duvidou de tal. Mas era mais que um futuro grande jogador. À certeza do teu talento, juntava-se o teu enorme coração. Sempre de sorriso, sempre disponível, sempre uma criança. Por vezes parecias perdido, só até. Este não era o teu mundo, esta não era a realidade a que tinhas habituado. E procuravas refugio em pequenos cantos perdidos onde as memórias voltavam e te sentias mais protegido. E todos te perdoavam… porque eras tu!


Mas num instante fatídico tudo mudou. Naquele instante que todos queríamos mudar, mas que a vida e o destino não permitem, o teu mundo de sonhos ruiu. As pernas, o guia para o patamar mais alto, estavam presas, perdidas, amarradas. A esperança parecia totalmente perdida. Não havia palavras que te pudessem reconfortar, nada que te fizesse crer que o dia a seguir podia ser melhor. Os amigos que te adoravam, e que desejavam mais morrer que tu, sentiam-se impotentes por verem o menino que tanto gostavam naquela violenta agonia. Mas tu mais uma vez a todos deste uma lição. O tempo foi passando, novamente, e tu foste recuperando a tua força, a tua vontade. Uma batalha podia estar perdida, mas começavas agora a guerra mais importante da tua vida!


E ganhaste! Aos poucos a tua alegria foi voltando, o teu charme natural apareceu, o teu sorriso aparecia, mesmo que a espaços. Entregavas-te aqueles exercícios com a mesma vontade que corrias atrás da bola, dona dos teus sonhos. Era esse o teu novo sonho, a tua maior esperança. E um dia concretizou-se… e aqueles pequenos passos foram apenas uma amostra do que um dia poderias fazer. Agarraste o teu futuro, seguiste o teu caminho e mantiveste o teu sorriso!

Foste uma lição de Vida! A tua alma sempre foi mais forte que as tuas pernas.

Lembrei-me de ti. E tive saudades!

Um beijo doce, Sergei.

Malae

Loucura sã.

Sente-se a leve brisa percorrer a noite estrelada. As ondas cantam a musica que embala os pensamentos. A areia quente é a manta que suave protege os corpos. Estendo-te a minha mão. Espero-te. Anseio-te. Necessito-te. Aguardo um sinal de ti. A aurora testemunha o momento perfeito. O momento que faz bater o coração que louco te busca e te guarda. Sei que virás buscar o beijo que te pertence. Chegarás com a leveza de um sonho e de mansinho recuperarás tudo o que te pertence, tudo o que és, tudo o que deixas ser.



E deixarás o teu sorriso! A simplicidade da imperfeição nesse bailado perfeito dos teus lábios. A marca. A tua marca que a ferro e fogo descansa nas memórias que deixas perdidas em todos os momentos. A luz com que iluminas todos aqueles que te rodeiam e que nos guia no mundo dos sonhos de cristal, que tratamos com a delicadeza de quem não os quer perder nem partir. E é a tua alma que se revela no momento que os teus olhos mais brilham. A felicidade surge no rosto de menino feliz. As tuas gargalhadas são a música perfeita. O mundo pinta-se das mais belas cores e pousa em ti.

pôr-do-sol em Díli



O teu sorriso ou o marco insubstituível do teu ser. A imagem que não se esquece. O inicio de uma história. De um sentir que começa no teu sorriso e vive na loucura sã feita de devaneios perdidos na alvorada.

Malae

[“Ponle nombre al sentimiento cuando te parezca extraño, ponle nombre a mis heridas pa’ que se vayan curando.” *]