Palma da mão.

Carta perdida no tempo, no espaço e no sabor do vento.
Malae


«Sei-te triste, desanimado, irritado. Não preciso que o digas, que não preciso que o contes. Conheço-te. Conheço-te como a palma da minha mão. E sei o quer dizer aquele olhar perdido no horizonte, aquela cabeça baixa, aquele mexer de ombros desanimado. O mundo naquele momento fugia-te debaixo dos pés, preso em simples linhas que não conseguias dominar. Darias tudo para voltar fracções de segundos atrás e mudares aquela situação. A raiva consumia-te por dentro! A raiva contigo próprio. Trazias o peso do teu perfeccionismo nas tuas asas e sentias-te vergado aos instantes que não controlaste. E a tua luta, a tua incessante luta, não te permitia remediar nada. Conheço-te. Conheço-te como a palma da minha mão. Sei que detrás desse lado forte, o que se passa te afecta. Sei que no teu íntimo, as coisas são colocadas em causa. Sei que naqueles momentos de silêncio que não gostas, as dúvidas te assolam. Sei que no intervalo de duas gargalhadas, os fantasmas te perseguem. Mas sei muito mais. Sei que nada nem ninguém te poderão pôr em causa. Sei que nada é mais forte que esse tua irascibilidade perfeccionista. Que pode haver quem lute como tu, mas nunca mais do que tu. Pode haver quem torça, mas tu és dos que prefere quebrar. Pode o mundo ir desabar mas o teu altruísmo leva-te sempre um passo mais à frente. E sei tudo isto porque te conheço. Conheço-te como a palma da minha mão. E nunca, por nunca, duvidei que vales a pena. Que independentemente do minuto seguinte, os 60 segundos anteriores já nada roubaria. Sei o quanto vale a tua palavra, o teu sorriso, a tua força. Sei o quanto te dás, o quanto te entregas, o quanto te esgotas. A pessoa que és, que fazes os outros serem, que deixas os outros serem. O exemplo de quem te quer bem. São muitos os que se orgulham de ti. São muitos os que te prezam. São muitos os que sabem que amanha será sempre melhor. E tu, vais ser tu, que o vais novamente provar. Porque foste tu que acreditaste que era possível. Foste tu que sonhaste. Foste tu que conquistaste.
Eu... eu gosto de ti! Muito!

Andrea!»





[“Aunque lo diga la gente, yo no lo quiero escuchar. No hay más miedo que el que se siente cuando ya no sientes na'. Niña tú lo ves tan fácil, ay amor, pero es que cuanto más sencillo tú lo ves más difícil se te hace”*]

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