do coração (que não do sangue).

Gostava que imaginasses. Era sinal que não tinhas esquecido. Para perceberes que todos os dias me matas um bocadinho. Que a tua tristeza também é a minha. Queria que tudo fosse como antes. Para poder passar as minhas mãos pela tua barba já tão clara, despentear-te esse cabelo já grisalho e dizer-te "vai ficar tudo bem". Mesmo que ambos soubéssemos que dificilmente assim seria. Como naqueles dias, há tantos, tantos anos, em que discutia contigo, para depois me aninhar no teu abraço. Não sei o que se passa e tenho medo. Tu és dos bons. Dos muito bons. Ainda que tenhas um mapa de erros tão sem fim como o meu. Seria engraçado, se não fôssemos nós. Que somos apenas demasiado orgulhosos. Ou demasiado estúpidos. Eu tenho saudades tuas. Toma conta de ti, por favor. Vais ser sempre o mais velho. Malae