Navegante da Lua, dizem!Means you'll always be my friendAmics per sempreMeans a love that cannot endFriends for lifeNot just a summer or a springAmigos para siempre»OU, quando o tempo se encarregade pôr tudo no devido lugar!Obrigada.Malae
dois dias.
semáforo.
102. amor. scp
espelho.
Ponteiros, umas vezes desajeitados, outras perdidos.
Horas sem fim, ou de sorrisos ou de lágrimas.
Minutos gastos, num contínuo da memória, numa corrida do futuro.
Um relógio, parado, certo, indefinido, crente.
Uma alma, olhando um relógio.
Malae

«Whatever makes you happy
Whatever you want
You're so fucking special
I wish I was special»
reverso.
Passou rápido o dia/ vai longa a noite, e eu amo-te/ choro-te, num mundo de sonhos/ com uma mão cheia de nada. Malae |
visita.
Malae
.
antónio. joão. pedro.
Malae
magnífico [primeira reacção].
«Yo quiero el aire que tiene tu alma
yo quiero el aire aquel que vive en ti
yo quiero el aire, aire que derramas
aire pa' quererte, aire pa' vivir»
«These are my words
Our words were our songs
Our songs are our prayers
These prayers keep me strong
Its what I believe
If you were in these arms tonight»
Transcendente. Inesquecível. Fantástico. Sublime.
[mais palavras, se as houver, quando o choque passar.]
Malae
acordes.
Tantos, tantos anos a cantar uma vida. Mais do que duas mãos, tão cheias de tudo e tão cheias de nada. Uma melodia sempre certa, uma frase encaixe perfeito. Como se fosse obrigatório haver banda sonora em todos os passos. E agora, os acordes perfeitos. Uma alma que estremece só de pensar em ouvi-los. Porque mesmo que quisesse escrever, não o faria tão bem. Malae |
erro.*
«É de manso que voltas Mas é de repente que arrebatas a minha alma Doce ilusão, triste saudade Agrura de um dia sem sol, de uma noite sem estrelas Perdido em lágrimas esgotantes Fazes de mim sentido ser Habituado a errar e a perder E a sorrir na tua ausência Como se o mau pudesse ser bom E o que doí fosse sinónimo de alegria Estás lá, nas linhas da minha vida Na certeza do novo dia!» Um outro livro... Malae |
* [sistemático]
it was a fall. it's a long way.
«i was unconscious, half asleep. the water is warm 'til you discover how deep. i wasn't jumping, for me it was a fall. it's a long way down to nothing at all»
Malaecarta.
«Deves estar a descansar a esta hora. Não tarda e os primeiros raios de sol começam a surgir no teu horizonte. Aqui ele já não brilha no céu. Será que vais acordar bem-disposto? Ou, algo que é raro, só muito depois se te pode dizer algo? Estes últimos tempos tem sido povoados por pensamentos como estes. Como estás, o que tens feito, como te sentes, até o que tens vestido. Nesta última tempestade, e pela primeira vez, senti que te perdi. Porque faltaste, como nunca tinha acontecido. Será que o teu, talvez sexto, sentido se perdeu? Ou pura e simplesmente é ignorado? Mesmo tão longe e distantes, nunca uma palavra tua falhou. Um abraço teu envolto no espaço. Um sorriso levado pela brisa da distância. Milhas que nunca o foram. Mas que agora são espadas, afiadas e cruas, que não nos deixam aproximar. Senti. Percebi. E despedi-me. Em tantos locais que partilhámos. Talvez o devêssemos ter feito naquela último café a dois, quando ambos percebemos que nenhum de nós o faria e fugimos. Não se apagam páginas inteiras de uma vida. Mas guardam-se. E sei, porque o sinto, que tu já as colocaste numa qualquer gaveta. Não, não consideres isto uma crítica. Apenas uma contestação dolorosa de quem assina a nota de culpa. Sempre achei que nunca se deve dar nada por garantido. E eu, que sempre acreditei nesse lema, muito menos o devia fazer. Não eu. Mas fiz. E errei. Achei que estarias sempre aqui, porque a eternidade para nós não teria distância. Quando levaste as lembranças físicas, não me importei e deixei. Pensava, que burra eu, que as memórias chegariam, pois tudo o resto estaria sempre ao virar de qualquer esquina. As barreiras não existiam entre nós. Mas existem, porque as criámos. Porque deixámos. Fugimos para a frente numa estrada sem caminho. E tu escolheste o teu. Um dia, recordo, no meio de uma discussão, com um motivo que ainda mais magoa, disseste-me secamente: "deves ter um grande motivo para agir assim". Não me lembro da resposta, não sei sequer se te respondi. Mas faço-o hoje. Fi-lo, como depois repeti, e acho que sempre o farei, porque nunca amei com o meu lado bom. Esse esconde-se sempre. Foi sempre o lado errado a entregar-se. Talvez seja o único que o sabe fazer. Mas fá-lo tão mal! E, com isso, enterra-me, revolve-me, destrói-me. Merecias tudo de mim, e eu dei-te apenas os poucos que consegui. Quando tentava dar mais, estava perdida em caminhos errados. Foste o meu lado mais egoísta. Peço-te desculpa por isso, e mais sincera não posso ser. Sempre fui egoísta quando o assunto eras tu. Como? Como pude permitir-me isso?! Como deixei que a minha cegueira levasse dos poucos que procurou e me deixou ser. Agora, é tarde. Percebo-te. E só espero que chegues onde queres. Desejo-o como se fosse para mim. Por isso, a despedida. De letras e não de sons. Porque eu não consigo dizer e tu não queres ouvir. O que me magoa mais. Ter-nos destruído. Estas linhas devem fazer pouco sentido. Mas andavam-me a consumir à tanto, tanto. Já doía pensar, esconder, guardar. Não sei se quer se fazem juros ao turbilhão que sinto. Tenho esperança que, mesmo escondido, por aqui passes e deixes que te diga o que mereces. Obrigada por me deixares ser, por me ensinares, por não teres desistido de mim. Não foram muitos, e melhor do que ninguém sabes disso. Não falo em despedidas, aquelas que todos tememos. Não, quando te guardo em mim ainda. Não o que foi. Digo apenas «até já», mesmo sabendo que o breve nunca chegará. Queria apenas fazê-lo condignamente. Dizendo-te que a ti, amar-te-ei sempre! Porque é no meu lado melhor que estás guardado. E que, quando o sol for dormir, irei sempre sorrir. Porque está a nascer para ti. E sei que nunca vais desistir dele.» [Comemoras hoje, Timor, seis anos de liberdade, sonhos e obstáculos. Ha'u hadomi o!] Malae |
Do alto do Jamor.
«Num estádio que é verdadeira paixão, tantos amores, com tudo o que isso significa, me correram à memória. Como se todas aquelas escadas trouxessem recordações longínquas e tão próximas, ao mesmo tempo. Foi o desfiar de tantas vidas, de tantas presenças, de tantos momentos. Mas de ausências. Muitas e demasiadas, como aquelas que podemos aguentar. Tal como se cada final fosse um pequeno filme do que se passou. Antes, durante e depois. Do alto daquela pedra, linda e sem fim, as imagens voaram em catadupa. Ali, tão distante quanto se pode estar do que é nosso, voltei a perceber o que já foi. O que é. E o que não será. O que poderá ser, não se sabe. Tudo o que faz parte de nós ensina-nos mais um pouco. E, na chuva que foi caindo e escondendo o sol, houve saudades. Muitas e demasiadas, como aquelas que podemos aguentar. E, num ápice, começaram-se a desenhar as linhas de uma despedida que se sabe já certa, que se escreve há tanto. Como é tanta a falta e a distância que separa os dois lados do [nosso] Mundo.»
Malae
Amores de diferentes cores.

Aupa, Pucela. Nos quedamos!
Malae
banco.

Obrigada.

Não se pretende aqui comparar jogadores, sentimentos ou paixões. As histórias escrevem-se a linhas de cores diferentes e vão a ritmos diferentes; uma que ainda está a começar e outra que termina, para começar outra era. Mas ficam os agradecimentos.
A um, o obrigada pelo orgulho com que enverga aquela braçadeira amarela, símbolo dos maiores do clube. Obrigada pela humildade, pela garra, pela luta, pelo empenho. Obrigada por não virares a cara, mesmo que ali no meio muitos te vejam como um pequeno “Noddy”. Obrigada por fazeres do lema do Sporting a crença da tua carreira. Os grandes fazem-se de pequenos, João Moutinho. E da tua grandeza nunca ninguém pode duvidar.
A outro, o obrigada, sincero, de quem nasceu a amar o futebol e vai morrer apaixonada pelo desporto rei. Obrigada, Maestro, Príncipe de Florença o Eterno 10 das «quinas»! [porque nem com números a dobrar te farão sombra…]. No domingo, naqueles minutos de silêncio ao pé do Estádio de Alvalade, ficou patente a tua classe! Como jogador, dos maiores, e como Homem, não menos grande. Volto atrás na fita e não recordo nenhum jogador do Benfica, que não tivesse passado pelo Sporting, a ser aplaudido
Malae
.
«Vivi. Chorei, ri, ganhei, perdi. Repeti. Renasci. A vida, essa, é mesmo assim e nada muda estes ciclos. Mesmo que se olhe para trás e se veja um manto de retalhos, com tanto significado que dói vê-los estilhaçados. A introspecção tanto ajuda, como magoa. Mas, não poucas vezes, é tão necessária, que fugir dela é abandonar a própria vida. Não a podemos ignorar quando medos (re)surgem e fantasmas (re)aparecem. Tempos que destapam feridas não saradas. Já perdi pessoas que amei, já me afastei de pessoas que são pedaços de mim, já deixei fugir pessoas que me eram tanto e tudo. Já descobri que posso ser descartável, importante para quem não pensava ou invisível. Disse adeus a sítios e locais que escreveram a minha história, deixei a casa que era minha, as ruas onde andava de olhos fechados. Ganhei, se calhar menos no que gostava, perdi, muito mais vezes, talvez, do que pensei aguentar. Já clamei por sol em dias de chuva e já vi o céu negro em pleno Verão. Falei com estrelas, perdi noites a olhar o céu e dias por entre árvores confidentes. Já tanto (se) passou e tanto ainda está para (se passar). Não posso fugir. Mas de uma coisa tenho certeza: contra isto não tenho força para lutar, não consigo fugir e tenho medo. Como a criança que paralisada se escondeu.» |
eternidade.
"E teremos que nos lembrar de tudo o que partilhamos, apesar de todas as nossas diferenças: esperanças comuns, sonhos comuns, um laço que não se quebrará." * Como se a eternidade pudesse, realmente, ser eterna. Que na efemeridade de todas as coisas fique a marca inesquecível do que foi, do que é, do que poderá ser. Para que a memória valha a pena, para que seja possível acreditar. Malae *«A audácia da esperança» |
dez (longos) minutos. (terão sido?)
Um sentimento estranho. Uma saudade atroz, daquela que sufoca, atrapalha, irrequieta. Um coração que parece que vai saltar pela boca, com ritmo acelerado. Uns olhos que vêem o que há sua frente não corre. Pensamentos a mil e, pior, longe, longe, longe. Tempos que o relógio (decano) não deixa voltar atrás. E assim se passaram dez minutos (terão sido?) tão longos….
Malae
[Podría haber llorado un mar de lágrimas saladas, arrojarme a los abismos y partirme en dos el alma, desatar la tempestad y el huracán de mi garganta, y confesar desesperado que no puedo con mi rabia. Aunque en mi actitud no soy tan evidente, no puedo sufrir más. Que el dolor cuando es por dentro es más fuerte, no se alivia con decírselo a la gente. (Alejandro Sanz*Si hay Dios)]
o rio.
«Guiam-me silêncios incomensuráveis, descritos no oco das palavras. Sentidos sem rumo e forças sem natureza. São rumos distintos, de traços sem arte. É a vida que passa em minutos eternos. É a saudade que manda. É o coração que chora. É a certeza que espreita. Lá, aqui, onde quer que seja, corre o rio. Com pedras, com folhas soltas, com força. Vai chegar ao seu leito. Porque está escrito. Espero sentada, num fundo que não percebo, pedindo que as suas águas me banhem.» Malae |
i just don't know
Tu, Timor.
«Desculpa se te desiludi. Desculpa se te empurrei do meu horizonte, não negligentemente, mas numa conclusão dorida. Eras o meu sonho mais querido, o meu objectivo mais definido. Nada existia, mas tu estavas lá para me socorrer e dar esperança. Tu, Timor. Essa terra tão longe e tão dona do meu coração. Foste sempre a esperança, mesmo quando perdida, foste sempre a boa-hora, mesmo em noites de tempestade. Vendi-te a preço de saldo. Como tantos outros sonhos. Mas tu dóis mais. Porque eras aquele que nunca podia acabar, acontecesse o que acontecesse. Eras o caminho final. Não sei como te deixei, em que momento. Pareces-me agora tão distante, tão longínquo. Talvez tenha sido no momento em que me deixei de ver como pessoa. Talvez antes, talvez depois. Não sei. Gostava de perceber. Quiçá me deixasse justificar e roubar este vazio. A tua luz está lá e acalenta. Falta a força. Perdoa-me, é o que me resta dizer. Porque ao afastar-te, atraiçoei-me a mim.»
[i'm caught in between with a fading dream. Freddie Mercury. In my defense]
de pedra.
Agarra-o! Toma-o nas tuas mãos. Pega nele, sou eu que te entrego. Sem pejos, sem receios. Não o rasgues em bocados, não. Lança-o para longe com força. Já não é de papel. É de pedra. Não bate, não vive. Não chora, não sorri. É, como são simplesmente as coisas. Fosse, ao menos, eu estátua. Malae |
sem mais palavras.
A la primera persona que me ayude a comprender
pienso entregarle mi tiempo, pienso entregarle mi fe,
yo no pido que las cosas me salgan siempre bien,
pero es que ya estoy harto de perderte sin querer (querer).
A la primera persona que me ayude a salir
de este infierno en el que yo mismo decidí vivir
le regalo cualquier tarde pa' los dos,
lo que digo es que ahora mismo ya no tengo ni siquiera dónde estar.
El oro pa' quien lo quiera pero si hablamos de ayer:
es tanto lo que he bebido y sigo teniendo sed,
al menos tú lo sabías, al menos no te decía
que las cosas no eran como parecían.
Pero es que a la primera persona que me ayude a sentir otra vez
pienso entregarle mi vida, pienso entregarle mi fe,
aunque si no eres la persona que soñaba para qué
(¿qué voy a hacer? nada).
¿Qué voy a hacer de los sueños?
¿qué voy a hacer con aquellos besos?
¿qué puedo hacer con todo aquello que soñamos?
dime dónde lo metemos.
¿Dónde guardo la mirada que me diste alguna vez?
¿dónde guardo las promesas, dónde guardo el ayer?
¿dónde guardo, niña, tu manera de tocarme?
¿dónde guardo mi fe?
Aunque lo diga la gente yo no lo quiero escuchar,
no hay más miedo que el que se siente cuando ya no sientes nada,
niña, tú lo ves tan fácil, ¡ay amor!
pero es que cuanto más sencillo tú lo ves, más difícil se me hace.
A la primera persona que me ayude a caminar
pienso entregarle mi tiempo, pienso entregarle hasta el mar,
yo no digo que sea fácil, pero, niña,
ahora mismo ya no tengo ni siquiera dónde estar.
A la primera persona que no me quiera juzgar
pienso entregarle caricias que yo tenía guardadas,
yo no pido que las cosas me salgan siempre bien
pero es que ya estoy harto de perderte.
Y a la primera persona que me lleve a la verdad
pienso entregarle mi tiempo, no quiero esperar más,
yo no te entiendo cuando me hablas ¡qué mala suerte!
y tú dices que la vida tiene cosas así de fuertes.
Yo te puedo contar cómo es una llama por dentro,
yo puedo decirte cuánto es que pesa su fuego,
y es que amar en soledad es como un pozo sin fondo
donde no existe ni Dios, donde no existen verdades.
Es todo tan relativo, como que estamos aquí,
no sabemos, pero, amor, dame sangre pa' vivir,
al menos tú lo sabías, al menos no te decía
que las cosas no eran como parecían.
Y es que a la primera persona que no me quiera juzgar
pienso entregarle caricias que yo tenía guardadas,
niña, tú lo ves tan fácil, ¡ay amor!
pero es que cuanto más sencillo tú lo ves, más difícil se me hace.
A la primera persona que no me quiera juzgar
pienso entregarle caricias que yo tenía guardadas,
yo no digo que sea fácil, pero, niña,
ahora mismo ya no tengo ni siquiera dónde estar.
ni siquiera dónde estar.
'A la primera persona'. Alejandro Sanz
Resignação. Malae
Vontade.
[Hoje, vi-te. E as recordações fizeram o meu coração bater mais depressa. E lembrei-me que não devemos afastar aqueles que nos querem bem.Malae]
Montanha russa.
«Entre o sentir e o perder. Entre o acreditar e o desesperar. Entre o sorrir e o fugir. Entre o querer e o desprezar. Entre a alegria e o vazio. Entre a garra e o peso insuportável do mundo. Entre o saber e o evitar. Entre o bem e o mal. Como se de um momento para o outro tudo fosse opostamente diferente. Sem controlo e sem vontade. O fim de uma semana de noites banhadas de berlindes transparentes. Menina dos Cabelos de Linho.» É segredo. Malae |
Roubo.
«Depois, pegaram nela e abriram-na ao meio. Levaram os sentidos, o sentir e o saber. O corpo inerte chora, por só respirar, já não saber viver». Malae |
Multiplicação do 27.
Hoje e sempre.
Malae
[Well tonight thank god it's them instead of you]

27 diamantes.
'Somewhere over the rainbowBlue birds flyAnd the dreams that you dreamed ofDreams really do come true '
Arco de cores, de sorrisos e de vida
Paleta de sonhos, amores e sentires
Espírito dançante, moldado, acertado
Lágrima perdida, em alegria achada
Caminho traçado, conseguido, desenhado
Pedras de um castelo gigante, doce e colorido
Pincelado com 27 lindos diamantes.Parabéns, Dany-Rainbow!
Malae
Segunda geração.
[Bem-vindo, Rodrigo! Parabéns, Tanita e Nélso!]
24 de Novembro.
(a)moral.
Quanto?
hasta la victoria, siempre!
Talvez um dia.
“Luto. Corre o tempo último perante a necessidade de entrar num processo duplo. De luto. Para enterrar o passado que me persegue e se detém sempre a meu lado. De luto. Porque só lutando contra mim própria tudo pode mudar. Agora, hoje, neste momento, dói ver-te, como tem doído ultimamente. Não sei já se te hei-de agradecer, se hei-de te culpar. Roubaste-me a única coisa que me distinguia dos outros. A minha força, as paredes indestrutíveis de um castelo que tanto trabalho deu a construir. O único traço me que dava marca, graça, ser. E tu levaste-o. Como levaste a minha vida, o meu sentir, o meu pensar. E eu deixei. Agarrei o vazio que ficou no teu lugar e tornei-o em ti. Porque era assim que te sentia perto. É assim que te sinto todos os dias. Sem perceber a rapidez com que tudo enterraste. Sem perceber que foi como um jogo, que quando acaba se deita para trás das costas, porque tudo é efémero. Sem perceber que dançavas no vazio, num jogo que nunca irias perder, porque as regras foram feitas por ti. Dói. Como não doía há muito tempo. Foste um falhanço. Talvez apenas mais um. Porque olho para trás, e pergunto onde me perdi. Não tens as culpas todas. Fui eu que deixei. Procuro-me. Sinto-me em bocados de um passado que já não posso recuperar. Nunca. O comboio passou uma vez. Deixei-me ficar naquela estação que me prendia a um mundo que acabara de perder, com ele, ficou tudo o resto. Os sonhos, as vontades, as realizações. Fui eu que tudo deixei ir abaixo. Porque perdi a força. Como quando se perde um pouco de nós. E eu fui perdendo. Porque tanto que contigo se perdeu era apenas a minha vida. Não só tu. Todos. Um mundo que era meu desde sempre. E eu não o reconstruí. Fiquei apenas nas ruínas que tanto me diziam. Como se do pó, surgisse de novo o meu traço único. Mas nada na vida se ganha. Só se conquista. E as minhas lutas não dão em conquistas. Porque não sei já lutar. Sinto falta de tanta coisa. És apenas mais uma. Talvez nem a mais importante. Mas a que mais me persegue. Porque foste o marco. Há contigo um antes e depois. E nesse tempo tudo aconteceu. E no paradoxo em que me rejo procuro força para lutar. E encontro-a em ti. Serás sempre um exemplo. Mesmo que doa. Devo-te isso. Porque foi assim que abri os olhos. Não aprendi. Talvez nunca seja capaz de o fazer. Se assim fosse, nenhuma destas linhas tinha texto. Não procuro fazer sentido. Não procuro sentir. Se voltar atrás, se calhar não reconheço o que escrevi. Não reconheço a pessoa que aqui está. Mas reconheço o processo, a dor, o vazio. Conheço a saudade. Conheço o falhanço. A sobrecarga que deixo naqueles que ainda me acompanham. A desilusão do que se tornou. A vontade de um abraço. A vontade de um sorriso. A vontade de uma mão especial. Tudo perdido. Tudo sentido. Tudo igual. Isso reconheço. Como reconheço o longo caminho do processo duplo. Talvez sem fim. Talvez sem nexo. Uma vez se disse, que depois de se conhecer a felicidade, talvez daí para a frente, nada mais seja igual, ou próximo. Conheci-a. Mesmo sabendo tudo o que sei. Só posso dizer que a conheci. E talvez seja por isso que me submeti. Me perdi. Aceitei. Porque quando se sente que não se merece mais, tudo o que vem é a mais. E contra isso, aprendemos apenas depois que deixamos ir. Que mais uma vez perdemos o comboio. Que no mundo tudo o que vem, tem sentido. Que faz parte de qualquer coisa com sentido e ordem. E se não agarrarmos essa ordem, somos apenas pó numa galáxia. À qual não pertencemos. Talvez um dia o processo se conclua. Talvez um dia. Luto. Duplo. Por mim. Pelo menos desta vez. (I) Andrea” |
Queria.
Queria ter-te junto a mim. Queria sentir-te próximo, sentir-te realmente. Queria uma saudade que se tornasse dolorosa e quente. Que não fosse um fogacho passageiro que todos os dias morre e raramente cresce. Queria que me mudasses. Que desses algum sentido ao correr dos dias. Queria ver nesse sorriso o espelho que me aquece a alma. O caminho certo para percorrer. Queria olhar fundo nos teus olhos. E ver neles o sonho de menina que acredita. Queria uma lágrima que caísse. Mas uma lágrima certa, uma lágrima triste mas feliz. Queria conseguir mudar. Sair da camisa-de-forças que me detém. Queria redesenhar a história. Passar por tinta o futuro que não crio. Queria conseguir alcançar-te. Tornar-te num desafio à minha maneira. Queria escrever-te. Sinal que te tornavas importante. Queria. Mas o meu querer está preso. Não preso a ti, não preso a mim. Preso. Mas eu queria. Por mim. Que por ti não há querer. Queria. Acredita que queria. Malae |
Mais um.
Parabéns, um beijo e saudade. Como daqui a esse lado do Mundo. O perfeito.
Malae
linhas estreitas.
Rasga-me a pele! Leva com ela o mundo de sentimentos Que o teu toque deixa no corpo Arranca com o teu doce sorriso Este coração dorido e perdido Sem saber com voltar a bater Recebe esta alma sentida Sobrevivente em passos perdidos de ti Saudosa do calor brando de mel Deixa-me cair! Renega a esperança que me acode Estilhaça a compaixão que me aflige Pega na mão que pede clemência Afasta-a do âmago condenado Dá-lhe mundo longe do sentir Suspende a respiração ofegante Nega um beijo perdido e seco Dá preto e branco ao sorrir Prende-me a ti! Conta-me o que escondido me realiza Explica-me o verdadeiro caminho Segura o mar violento que me revolta Acalma as ondas tristes no horizonte gris Aponta a areia quente e feliz Renega a dor na tela branca Tira do sangue a tinta espessa da vida Fecha o livro das contradições Feitas linhas estreitas na pele que deixo em ti! Malae [por quem não sabe o que diz. por quem não sabe o que sente. por quem perdido se procura. por quem recomeça no meio. por quem de um ponto quer fazer uma linha. por quem de um sonho quer um sorriso. por quem espera para viver. por quem divide para acreditar. por quem da calçada faz o caminho. por quem de uma história constroí o mapa. por quem de uma recordação se mantém vivo. por quem do mundo que desconhece não pode fugir.] |