diário vinte.



Não sei se sabes que dia é hoje, se sabes que passaram 5479 pores-do-sol desde aquele 31 de maio. 15 anos. Meu deus, o tempo voa. E 15 anos depois era capaz de te contar esse dia, esse fim-de-semana, segundo a segundo, momento a momento. Com mais facilidade volto a cada instante, do que faço o luto destas últimas três semanas. Recuso-me, não quero, não aceito. Como dizer adeus, se tu és a melhor parte de mim? Se todos os dias existe um segundo que te odeio e todos os dias me deito a agradecer por existires e te poder amar? Tanto, tanto para dizer e não será hoje. Todas as palavras pensadas, sentidas, esperadas se esfumam cada vez que penso que amanhã não te vou ver. Que não estás em simples férias. Que as coisas mudaram. Como se fosse possível mudarem mais. Não quero dizer-te nada e quero dizer-te tudo. Que não me esqueço de ver o carro partir e sentir o chão tremer. Que não me esqueço de te ver sorrir e de saber que isso era a minha vida. Que não me esqueço que amar-te é o melhor que a vida me deu. 15 anos. 5479 dias. 131.496 horas. 7.889.760 minutos. 473.385.600 segundos. Exactamente da mesma maneira. Malae

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