(el beso que te guardo*)

Dios (en la bancada), los Messias (en la cancha)
y el Angel!

["Vive con la emoción de volver a sentir, a vivir la paz. Siembra en tu camino un nuevo destino y el sol brillará (...) Sueña, sueña tú..."]



Voo.

Pudesse ser eu a asa perfeita
Lançada num voo picado
Poisaria no teu sorriso
E de mansinho roubar-te-ia um beijo
Despertando do sonho colorido
Que embala docemente
A saudade escondida!
Malae

Foto: Blog da Miuda

[¿Cómo pudiera un pez nadar sin agua? ¿Cómo pudiera un ave volar sin alas? ¿Cómo pudiera la flor crecer sin tierra? Cómo quisiera poder vivir sin ti.*]

Tango.

Uma sala escura. A luz vermelha, ténue e sombria! Os corpos na penumbra cujos sussurros preenchem o ar. As paredes despidas e confidentes. Um arrepio na pele. Um sorriso sedutor que acaba num olhar de chamamento. A mão que se estende. Um caminho lento de uns pés que quase que voam. Chega o momento!

Anda! Agarra-me! Deixa as tuas mãos
Guiarem-me nesta música de amor e dor
Nessa metáfora da vida que assola o nosso corpo
E nos perde na ilusão!

Mi Buenos Aires querido,
cuando yo te vuelva a ver,
no habrá más penas ni olvido.

Anda! Arrasta-me neste chão negro
Envolve-me neste vermelho denso
Deixa que o teu corpo mande
Larga a mente que não sente.

El farolito de la calle en que nací
fue el centinela de mis promesas de amor,
bajo su inquieta lucecita yo la vi
a mi pebeta luminosa como un sol.

Anda! Ouve as cordas gemidas de Gardel
A voz rouca que é lição e perdição
Deixa invadir todos os poros
Deste som meloso que nos prega um ao outro
Em pequenas partículas de loucura.

Hoy que la suerte quiere que te vuelva a ver,
ciudad porteña de mi único querer,
oigo la queja de un bandoneón,
dentro del pecho pide rienda el corazón.

Anda! É este o momento!
Deixa que as pernas se entrelacem
Os braços se unam
As bocas se juntem
E o tempo pare!
Mi Buenos Aires, tierra florida
donde mi vida terminaré.
Bajo tu amparo no hay desengaño
vuelan los años, se olvida el dolor.

Sente! Sente o coração descompassado
As mãos que te percorrem
O calor da respiração na tua nuca despedida
A força do desejo.
En caravana los recuerdos pasan
como una estela dulce de emoción,
quiero que sepas que al evocarte
se van las penas del corazón.

Sente! A emoção, a força da emoção
O corpo que levita sequioso dos teus passos
Os lábios que anseiam pelos teus
A rosa que escapa da boca perdida
O sabor perfeito do teu ser.
Las ventanitas de mis calles de Arrabal,
donde sonríe una muchachita en flor;
quiero de nuevo yo volver a contemplar
aquellos ojos que acarician al mirar.

Sente! O poder daquele oito perfeito
O corpo que rendido te quer
A alma que só deseja e anseia
Sente o grito que Gardel deixa na garganta
Que grita nos sentidos que em ti descobre.

En la cortada más maleva una canción,
dice su ruego de coraje y de pasión;
una promesa y un suspirar
borró una lágrima de pena aquel cantar.
Mi Buenos Aires querido....
cuando yo te vuelva a ver...
no habrá más penas ni olvido...

Sente! Este amor que pulsa
Esta vida que nos passos se desenha
Este ser sem força que nos teus braços
Sonha, vive e respira!
Sente! E arrasta-me nessa dança!



Uma sala escura. A luz vermelha, ténue e sombria! Os corpos na penumbra cujos sussurros preenchem o ar. As paredes despidas e confidentes. Um arrepio na pele. Um sorriso sedutor que acaba num olhar de chamamento. A mão que se estende. Um caminho lento de uns pés que quase que voam. Dois vultos que desaparecem no rasto da parede. Aquela que guarda todos os segredos!


[Mi Buenos Aires Querido de Carlos Gardel]

Malae


[“Quema, quema, tu nombre quema mi voz Buenos Aires me dolio pienso tanto en ti en mis recuerdos suavecitos...”*]

Ponto.

Um ponto! Como um ponto que depois se transformou em linha. A linha que dá vida às letras. Corpo celestial dessas palavras que se desenham sem pensar, dançando ao som dos sentimentos que fazem do sangue a tinta perfeita.

No ponto! A partida! O inicio!
A linha primeira da estória que se inicia
No verso branco do poema de dois corpos
Perdidos no sentir infinito que desagua
Nas margens do desejo que bate! bate! bate!

Um ponto! Como um ponto que depois se transformou em linha. A linha que dá vida às letras. Corpo celestial dessas palavras que se desenham sem pensar, dançando ao som dos sentimentos que fazem do sangue a tinta perfeita.

No ponto! A descoberta! A procura!
O querer saber o motivo, descobrir a escolha
Achar no momento perfeito a justificação
Para o sol nascer e a vida seguir!
Libertar a alma que grita! grita! grita!

Um ponto! Como um ponto que depois se transformou em linha. A linha que dá vida às letras. Corpo celestial dessas palavras que se desenham sem pensar, dançando ao som dos sentimentos que fazem do sangue a tinta perfeita

No ponto! O tempo! Os dias!
A saudade que aperta o coração
Louco e conquistado rendido
Aos segundos sem nexo que transformam
Páginas em branco em livros perfeitos
De histórias que vivem! vivem! vivem!

Um ponto! Como um ponto que depois se transformou em linha. A linha que dá vida às letras. Corpo celestial dessas palavras que se desenham sem pensar, dançando ao som dos sentimentos que fazem do sangue a tinta perfeita


Um ponto! Um ponto que começa no tempo distante. Um ponto pequeno que cresceu, cresceu, cresceu. Encheu páginas e páginas, pintou telas inteiras, desenhou mares, polvilhou campos. Um ponto perdido. Um ponto sem explicação. Um ponto que os sortilégios tornaram ténue, mas perene. Um ponto perfeito. Um ponto que se encontra sempre que os pensamentos se perdem. Um simples ponto. Um ponto de vida.

Malae


[el punto no se escribe, se rendi.]

[“Porque hay estrellas que brillan pero no se ven y existen sitios que nunca pude conocer... hay un universo de pequeñas cosas.”*]

Crepúsculo

Passos! Sons! Harmonias! Dias que passam! Dias que chegam! Dias que partem! Momentos! Sentidos! Tempos! Noites que nos embalam! Noites que doem! Noites que não acabam! Sonhos! Folhas! Pensamentos! Suspiros que voam! Suspiros que se perdem! Suspiros que acabam!



Deambulam sem destino os pés
Arrastando a alma perdida
Na busca incessante do caminho
Que percorrido se desvanece
Nas estrelas da noite dorida
Pintada de lágrimas de saudade
Que traz o teu sorriso iluminando
A vida que sem destino
Deambula arrastando a alma perdida!



E no perfeito momento que o crepúsculo brinda o mundo com a sua beleza, o corpo cai. A esperança esconde-se tímida, esperando mais um dia para sobreviver. A luta interior abranda numa paz que artificial mantém aparências e motivos. O mundo passa, sem medo, num ritmo infernal, criando zumbidos que não se percebem. A multidão gira, gira, gira! Aparece o silêncio. Imperturbável, instala-se ao lado do corpo exausto. Brinda-o com a sua sapiência. Roça-lhe a pele com a sua saudade, o seu sonho, a sua beleza. Descansa-o. Adormece-o. Deixa-o embalado na sua própria sobrevivência. No caminho das suas respostas. Um longo caminho para a felicidade!



[No habemos aplacado el sol! *]

Malae