«Eu não quero, porque não gosto. Talvez, quando me socorro das palavras, dê essa ideia, mas não gosto. Não gosto de me sentir assim, não sei, ainda hoje, lidar com isso, e irrito-me profundamente com isto. Porque até sentada, e perdida nos pensamentos, me sinto a dar passos em falso. É, lá fora andam situações muito piores, bem sei. Sou injusta, cruel, mesmo, dirão muitos, mimada. Mas sinto-me assim! Outra vez. Sem muita força, sem muita vontade, apenas perdida. Como se todos os sons que chegam lá de fora fossem estranhos, como se todas as cores me ferissem os olhos… Apetece-me chorar sem parar (e será que ainda o sei fazer?) e esperar. Que chegues até mim, me tires as mãos da cara, sorrias e diga a coisa mais disparatada que te passar pela cabeça. Eu vou reclamar, dizer que é sério, olhar para ti e rir-me. Depois, tudo é já passado e estou pronta para outra. Não consigo acumular mais nada. Porque me sinto prestes a rebentar. Desde o dia, e ainda não percebi porque o fizeste, que decidiste que me devia sentir importante, que o rumo das coisas deixou de estar nas minhas mãos. Cedi, deixei-o ir sem lhe dar a minha opinião e nunca mais o recuperei. Sabes? O teu abraço era mesmo o sítio mais bonito e seguro do Mundo. E eu sinto falta dele. Porque me sinto a rebentar. Sem querer explodir para cima de ninguém, sem querer dar parte fraca. Mas mesmo sentada dou passos em falso. Optei por falar contigo. Ah, as crónicas da demência não têm fim, eu sei. Mas não me vais ler, logo, é indiferente. Quero, apenas, que saibas que o teu sorriso continua a ser lindo. O teu abraço talvez tenha o mesmo poder. Usa-o sempre que possas. Nem imaginas o bem que fazes. Vou fechar os olhos, quiçá ver-te, e vou sorrir. Sabes, não anda mesmo fácil. Mas hoje o dia nasceu bonito. Está um vento frio. Deve ser para não esquecer que estamos vivos. O céu está azul. Deve ser o sinal de que amanhã será um novo dia. Mesmo aí, não me deixes aqui, okay?»
Desabafo. Malae
okay?
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