Restolho.

Geme o restolho, triste e solitário
a embalar a noite escura e fria
e a perder-se no olhar da ventania
que canta ao tom do velho campanário
Geme o restolho, preso de saudade
esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade
Geme o restolho, a transpirar de chuva
nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
Mas é preciso morrer e nascer de novo
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração
(Mafalda Veiga)






[Talvez um dia tudo faça sentido. Talvez um dia o destino encontre o caminho que o coração sonha. Talvez um dia o céu seja tão azul que se funda com o mar e nada pareça impossível. Talvez um dia… que as forças nunca faltem até esse dia chegar! Malae]

2 comentários:

Anónimo disse...

talvez um dia a vida se desenhe ah nossa frente...
talvez um dia o talvez seja uma certeza...
talvez um dia o sonho acorde e viva...
talvez...

adorei e adoro a musica.

beijo vó!

Anónimo disse...

"Mas é preciso morrer e nascer de novo
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver
e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
prá receber daquilo que aumenta o coração".

Esta senhora não é grande, é enorme!! Escreve aquelas coisas que todos nós sentimos e por vezes não conseguimos por em palavras...faz-nos sentir que é simples falar dos sentimentos quando nem sempre é...
E é tão bom ouvi-la, sobretudo debaixo de um céu cheio de estrelas e na companhia ideal...ai ai como isto anda. ehehe goza à vontade ;)

Beijokaaaa