Vens
de bola controlada e ar gingão como se fosses o dono do Mundo. Mas não o
és: és mais um. Mais um adversário, mais um inimigo, mais um. Podes ter
o nome que quiseres, mas és mais um. E vais entender isso, porque neste
campo de batalha quem manda sou eu. Podem estar milhões a elogiar-te,
mas é comigo que tens que lutar. E a mim apetece-me dar-te luta. Com o
que tudo isso implica. Não olhes para mim com pena, vai custar-te ainda
mais caro. A minha vontade é fazer de ti bocados. Para que depois
querias fazer de mim pedaços. Podíamos nunca mais sair daqui. Sem
saberes, estás a ajudar-me. E eu a ganhar. Vais-me dando luta e eu vou
matando o que me apetece. A começar por mim. Vais-me dando luta e eu vou
dar razão a todos os que acham que eu não presto. Só para me provar a
mim mesmo que é assim. Não tens que entender, não sabes nada. Vens de
bola controlada e ar gingão e não entendes que há quem enfrente a vida
onde tu procuras um golo. A cada um a sua história. Vais cair, vais
protestar, vais reclamar, mas quem se vai rir sou eu. Vou-te mandar para
a puta que te pariu, enquanto choco o mundo, vou oferecer-te porrada e
vou rezar para que te vires a mim. Se tu me bateres, eu posso reagir. E
tu estás autorizado a fazê-lo. Não sintas pena, não aches que me sabes
ler quando olhas para mim. Tu estás a decidir o que fazer à bola e eu a
decidir o que fazer à vida. Não penses que sabes o que está detrás de um
sorriso, de um olhar ou de uma piada. Não sabes. Porque não imaginas
que me apetece partir tudo enquanto faço isso, até não sobrar nada de
mim. Não penses que levas vantagem porque me vês de lágrimas nos olhos a
rir-me da minha própria figura. Porque eu sou eu e os meus demónios. E
tu vens de bola controlada e ar gingão mas não me podes ganhar no meu
terreno. Podia até pedir-te desculpa, mas não o vou fazer. Porque, no
final de tudo, não me dás luta. Não ganhas e viras costas. E deixas-me
inteiro. A esperar, todos os minutos, que apareça a oportunidade de
voltares, tu, com esse nome ou outro qualquer, de bola controlada e ar
gingão, e eu poder fazer de mim tudo o que me apetece. Não olhes para
mim e não sorrias. Porque as contas do meu destino acerto eu.
Das metáforas.
Malae.
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