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«Lembro-me dos sacos das compras que se arrumavam. Da porta do frigorífico que fechei e de, ao virar-me, não poder andar. Lembro-me do espaço que diminui entre nós e de querer dizer o "não", que nada em mim tinha vontade. Lembro-me de olhar os teus olhos, ver-te e sorrir. Pensar «isto não vai pelo caminho certo». Lembro-me da tua barba de três dias, ainda menino, do cheiro inebriante do teu perfume e do fresco da tua boca. Lembro-me que já estava apaixonada, mas que naquele dia me conquistaste. E deixaste-me na memória a recordação de um beijo roubado.» E de uma gargalhada. Ou não fosses tu. Malae

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