o último tango em paris.

Gritar a meio da noite o sentimento

Há tanto tempo preso no pôr-do-sol

Amar sem limites e sem pudor

Enquanto o mundo dorme em silêncio

Beber da tua boca o doce sabor a mate

Incendiado com a ternura do teu sorriso

Reduzir os batimentos num toque tão simples

Nunca de mais, nunca de menos, sempre certo

Inesquecível, inultrapassável, meu

Zarpar e deixar tudo para trás

Enquanto as ondas marcam o ritmo

E a lua banha dois corpos exaustos.

Lembrar, sentir e viver: o último tango em Paris.



Malae

19/20 de maio.


«rahun diak ba loron ohin.
ha'u hadomi o, Timor»

Oito anos de liberdade.
Oito anos de aprendizagem.
A eternidade para seres feliz.

Malae

está decidido.

Não vou deixar que me chateiem. Vou pegar nas coisas que me fazem feliz e sorrir para elas. Pequenas, grandes, antigas e actuais. Vou. Porque me apetece dar importância ao que realmente a tem. Porque me apetece revoltar contra algumas coisas. E, porque não vale a pena, vou sorrir. Seja para as estrelas, para os livros, a ouvir músicas ou para os amigos. O resto? Quando me apetecer, importo-me com isso! Malae

«é isso aí»

Sempre me considerei muito boa a avaliar o carácter das outras pessoas! Pelos vistos, ando a enganar-me muito. Malae

tanto por dizer.

«O tema ainda surge porque, surpreendentemente, me magoou mais do que seria esperado. E não pelo motivo da festa. Mas porque ainda não percebo que raio ali fui fazer. Porque neste momento não sei se valeu a pena esquecer as coisas menos boas, pela suposta causa maior. Principalmente, porque essa se mostrou completamente desligada. Tantas vezes disse a palavra desisti e nunca cumpri. Não sei se será desta. Possivelmente não. Parte de mim é assim: acha que tem que aguentar o barco, por ‘dívidas de gratidão’. Outra, está farta e apetece-lhe gritar isso a alto som. Não sei qual delas vai ganhar, mas sei o que sinto neste momento. E sinto-me irritada, magoada e, até, estúpida. Independentemente das opiniões que possa ouvir. Que distantes, analisam os dados com muito mais coerência. Mas não me apetece ser coerente. Porque dei mais do que devia, por muito que me custe admitir. Porque olho para uma pessoa que nem sequer tem coragem de retribuir esse olhar e pensa que, no minuto seguinte, um pequeno toque resolve as coisas. Mas não o faz. Irrita-me ainda mais. Até porque muitas vezes me leva a pensar se não será também motivo de afastamento de muitos outros. Não sei se consigo perceber o que quer que seja. Ou se calhar consigo e não o quero de todo fazer. E isso também me irrita. Como me irrita a necessidade de escrever sobre o assunto para o fazer desaparecer. Até porque talvez seja verdade que ‘o que não tem remédio, remediado está’. E fica tanto por dizer…»

Malae