Um post diferente. Dia de clássico. Um daqueles jogos que nos deixa o coração a palpitar do primeiro ao último momento. Um jogo visto à moda antiga, no meio da claque. Vicissitudes de quem chega com o jogo a meio. A chuva que irritante não pára de cair. Os cânticos loucos que saiem das gargantas sedentas de golos. E ele, pequenino, franzino e de pés de lã, no meio de colegas e adversários. E sem querer, os olhos fixam-se naquele pequeno grande génio. Um jogador tão jovem e tão adulto. Um jogador completo. Um jogador perfeito. Um jogador que faz valer todos os cêntimos que custa um bilhete. Confesso a minha admiração. Confesso o meu orgulho. Passaram pelas camisolas do meu clubes grandes jogadores. Craques que ganharam títulos pelo mundo, que se tornaram os melhores entre os melhores. Passou pelo meu clube o jogador que mais admirei até hoje: Paulo Sousa. Mas nunca nenhum me cativou desta maneira. O jogo contra a Rússia em sub-21, em Gaia, tinha sido já extraordinário. Mas ontem tudo voltou a ser Moutinho. Tudo passou por aqueles pés cheios de talento, por aquela cabeça que pensa o futebol como ninguém. Simplesmente fantástico. Talvez para o ano, talvez não, de certeza, para o ano não estará cá. Encantará outra plateia. Apaixonará outros que se renderão aquele pequenino que corre como uma formiguinha. O Sporting perderá muito. Acho que será a saída mais difícil de colmatar. Levem antes o Nani, é a minha opinião. Deixem-no cá, que ele é a alma daquela equipa. Deixem-no cá, que ele é quem faz sonhar os sportinguistas. Deixem-no cá, porque ele é simplesmente um grande orgulho. Um pequeno “clone” daquele que considero o melhor jogador do mundo. Um pequeno João, que em breve será tão grande como Frank Lampard. Tivesse o potente remate do inglês e onde acabaria este menino. Um dia será grande. Ainda maior. Sem os virtuosismos técnicos daqueles que preferem jogar para si, vai impor-se em qualquer equipa. Porque com ele ganha o colectivo. Porque ele é a expressão máxima do futebol. E porque qualquer que seja o futuro, foi um prazer ver-te crescer. Obrigada, Moutinho!
Malae
João Moutinho