Uma cabeça que lateja. Tudo dentro dela parece em guerra e mutação. São as ideias claras que se digladiam com os sentimentos, procurando fazer prevalecer o razão cada vez mais necessária. Um corpo que não consegue reagir. Tenta, tenta, tenta. Por todos os meios, quer ser insensível, não deixar transparecer o efeito que aquele olhar lhe provoca. A alma, a alma extenuada, nada consegue fazer. Sente saudades, sente um vazio, sente, sente sempre. Não sabe mais que fazer. Quer esquecer, fingir que não aconteceu, demonstrar que já não é, gritar ao mundo que conseguiu. Mas a porta não se fecha, a janela não desce, as forças escasseiam. O som doce de um nome simples, a pele que se arrepia quando sente passar, o toque no cabelo, o sorriso maroto, o canto de quem fala, a beleza escondida, a simplicidade, a força de vontade, o sorriso, o abrigo, a vida. Nada se esconde na gaveta fechada, nada se apaga na página rasgada. Tudo é. E a alma, vagueando no meio do seu sentir, continua a querer destruir o tudo. Antes que o tudo a destrua a si. E ela se esgote cansada de gritar...
Contradições da Natureza ... Odeio-te porque te foste embora. Odeio-te porque ainda sinto a tua falta. Odeio-te porque todos os dias tenho saudades tuas. Odeio pela pessoa que és. Odeio-te pela pessoa que era quando estava contigo. Odeio-te por me teres tornado uma pessoa diferente. Odeio-te por teres quebrado as minhas forças. Odeio-te por me teres mostrado as minhas fraquezas. Odeio-te por te ter que agradecer por isso. Odeio-te por me fazeres sorrir com vontade. Odeio-te por me teres feito ver que chorar não é uma vergonha. Odeio-te por teres um sorriso que ilumina o mundo que te rodeia. Odeio-te porque esse sorriso me enchia de alegria. Odeio-te porque fazias questão de te rires mesmo nas conversas sérias. Odeio-te pela tua alegria de viver. Odeio-te pela tua força. Odeio-te porque sabias sempre o que dizer. Odeio-te porque quase sempre tinhas razão. Odeio-te por me fazeres dar o braço a torcer. Odeio-te porque acordavas sempre bem disposto. Odeio-te porque nunca desistias. Odeio-te porque o teu abraço era um mundo que não queria abandonar. Odeio-te porque me fazias feliz. Odeio-te porque a tua ausência é tão forte como a tua presença. Mas que raio?!... Não era mais simples não te amar?!... Malae * delírios reeditados. |
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