.
nas tuas águas.
Nas águas quentes que te formam
Curam-se as minhas feridas
No sal das tuas lágrimas
Percorrem os pés descalços
Os caminhos do rumo certo,
Do mundo imaginado, da realidade que se materializa!
É o teu ar puro a salvação desta vida
Encoberta nas nuvens cinzentas que no céu bailam
Mas que não conhecem o ritmo forte e doce
Das tuas palavras, da tua alma, do teu viver
Voam os meus pensamentos pelas montanhas
Da tua esperança imortal e invencível
Nessa força que busco para renascer
Faz essa viagem a alma que sonha, sonha
Nessas asas que cruzam os céus do mundo
E que pousa e descansa na terra quente
Onde a vida continua na plenitude do querer
E os dias correm ao ritmo do amor que pinta o coração
Ah, Timor! Que o sol que todos os dias nasce
Dê corpo a este sonho
Companheiro das noites longas
Malae
* reeditado
sem resposta.
«Tenho a imagem gravada e não encontro justificação. Queria apenas perceber. Quando naquele dia, já tão distante para ti, olhaste para o sítio onde sabias que me irias encontrar... que procuravas? Foi apenas o derradeiro e final teste? Sabes… durante muito tempo, lembrei-me de ti ali. Naquela imagem que me parecia tão perfeita. E que me fazia acreditar e dar passos
ahora y siempre.
«Por vezes, somos absolutamente estúpidos. Principalmente, quando nos entregamos, ou entregamos a alma, a perguntas que não devemos fazer. E que se perpetuam no tempo. Como se este não fosse já demasiado pesado e precisasse de companhias absurdas. Mas deixamo-nos levar por aquele palpitar que nos quer fazer acreditar. E tantas vezes perguntamos: e se um dia fosse diferente? Se por um instante algo mudasse as cartas na mesa? Será a diferença que esperamos?
Mas nunca se pôs esse cenário. Porque a mudança nunca foi sequer equacionada. Iria haver sempre uma solução, porque o passado estava lá. Com o tempo e a cruz que carrega. Portanto, a pergunta era estúpida. E isso devia ser uma realidade incontornável. Tal como o tempo. Que voou. Também ele estupidamente preso. Afinal, o principezinho também pode mentir. Ele sempre teve tantas virtudes como defeitos. A ideia contorce o espírito mas é real. E o sorriso e o brilho nos olhos traziam essas virtudes e esses defeitos. Que ficaram presos a uma pergunta absurdamente estúpida. Que até no passado terá tido a resposta errada. O caminho não pode ter nem mais pedras, nem mais estradas. Resta saber quanto tempo irei demorar a renascer.» Malae